terça-feira, 9 de junho de 2015

O DONO DO MUNDO

Autoria: Gilberto Braga
Colaboração: Leonor Bassères, Ângela Carneiro, Sérgio Marques e Ricardo Linhares
Direção: Dennis Carvalho, Ricardo Waddington e Mauro Mendonça Filho
Direção geral: Dennis Carvalho
Período de exibição:20/05/1991 – 04/01/1992
Horário: 20h30
Nº de capítulos: 197

TRAMA PRINCIPAL:
Felipe Barreto (Antonio Fagundes) é um cirurgião plástico bem-sucedido, casado com Stella (Gloria Pires) e que, no dia do casamento de seu funcionário Walter (Tadeu Aguiar), aposta com um amigo que levará para a cama a noiva virgem, Márcia (Malu Mader), antes do marido. Ele presenteia o casal com uma viagem de lua de mel ao Canadá e vai junto, sob a alegação de que viaja a negócios. O médico consegue afastar Walter do hotel e seduz Márcia, concretizando seu plano. Desesperado ao flagrar a mulher nos braços do patrão, Walter sai de carro e sofre um acidente fatal.








ELENCO:

FELIPE BARRETO (Antonio Fagundes): 
Um dos grandes cirurgiões plásticos do Brasil é também um homem atraente, dominador e sedutor. Casou-se com Stella (Gloria Pires), filha do industrial Herculano (Stênio Garcia), o que lhe proporcionou a abertura de uma clínica, primeiro passo para a ascensão profissional. Nasceu relativamente rico, mas seus pais, Altair (Paulo Goulart) e Constância (Nathalia Timberg), perderam o patrimônio, passando a depender financeiramente do filho. Felipe se acostumou a dividir o mundo entre vencedores e perdedores e lutou para conquistar seu espaço no primeiro grupo. Conquistador compulsivo, habituou-se a ter todas as mulheres que deseja. Além da forte devoção à carreira, é muito apegado ao glamour do mundo dos ricos. Felipe se sente o dono do mundo, o todo-poderoso, capaz de conseguir qualquer coisa.

MÁRCIA (Malu Mader): 
Jovem bela e sensual, noiva de Walter (Tadeu Aguiar). Inicialmente não tem muita consciência de que exerce um grande fascínio sobre os homens. Seus pais morreram em um desastr de carro quando ela era muito nova e foi criada pela tia e madrinha Nanci (Ana Rosa), boa senhora, carinhosa, mas dominadora. Ao contrário da maior parte das moças de sua idade, Márcia ainda é virgem. Uma atração irresistível de Felipe (Antônio Fagundes) por ela e o total desrespeito do cirurgião pelas pessoas, fazem com que "nasça" uma outra Márcia.

STELLA (Glória Pires):
Esposa de Felipe (Antônio Fagundes), filha de Herculano (Stênio Garcia) e irmã de Yara (Daniela Perez). Educada, cilta, divertida e elegante. Sua mãe morreu quando ainda era muito jovem e sua irmã, que ela ajudou a criar, uma criança. Estudou na Suíça e sua educação requintada a transformou na mulher ideal para a ascensão profissional de Felipe. Cursou jornalismo, mas não seguiu carreira porque a atividade profissional não era compatível com o trabalho full time de esposa de médico famoso. Adora Felipe e não desconfia de suas infidelidades. Não por ser ingênua, mas porque ele sabe manter as aparências e coloca a harmonia com a esposa acima das aventuras extraconjugais. A única frustração de Stella é Felipe não querer filhos. Ela adoraria ser mãe. Ela sempre apoia o marido, por mais terríveis que possam ser os conflitos desencadeados no decorrer da trama. Ao longo da novela. envolve-se com Rodolfo (Kadu Moliterno).

HERCULANO (Stênio Garcia):
Viúvo milionário, pai de Stella (Glória Pires) e Yara (Daniela Perez) e sogro de Felipe (Antônio Fagundes). Nasceu pobre, em uma fazenda nos arredores de Ribeirão Preto, São Paulo. Às custas de muito trabalho, chegou a dono de uma holding, cuja principal empresa é a indústria alimentícia, comprada do pai de Felipe. Não tem muita certeza de que Stgella tenha um casamento feliz e sua maior obsessão é casar bem a filha mais nova, sua grande paixão. Devido a uma queda de cavalo na infância, tem um leve defeito na perna e caminha com a ajuda de uma bengala. Apesar sa secura e de um autoritarismo gritante, Herculano está longe de ser uma pessoa má. Em certos momentos é capaz de gestos de grande generosidade.

YARA (Daniela Perez):
Filha de Herculano (Stênio Garcia) e irmã de Stella (Glória Pires), com quem tem uma ótima relação. Mora com o pai no interior de São Paulo. Bonita, meiga e sensual, tem uma leve atração pelo cunhado, Felipe (Antônio Fagundes), mas nloqueia totalmente esses impulsos. O cirurgião tem um intenso desejo pela jovem cunhada, mas sabe que ela é um fruto proibido. Por mais amoral que ele seja, sua dependência financeira do sogro e seu relativo respeito pela esposa o impedem de pensar em conquistar a moça. O pai da moça quer para ela um marido em quem tenha mais confiança, um homem mais parecido com ele.

ALTAIR (Paulo Goulart): 
Pai de Felipe (Antonio Fagundes) e casado com Constância (Nathalia Timberg), por quem sempre foi totalmente dominado. Nasceu rico, mas, por não ter vocação para os negócios, foi obrigado, há 30 anos, a vender para seu ex-empregado Herculano (Stênio Garcia) a indústria que proporcionou sua ascensão. Nos primeiros capítulos, tem um cargo público e reside em São Paulo com a esposa. A perda desse cargo faz com que os dois tenham que ir morar no Rio, onde Altair, instado pela esposa, tem a esperança de conseguir outro cargo. Na verdade, ele nunca produziu de verdade. Dedicou-se enquanto pôde aos prazeres reservados aos ricos. É apaixonado por golfe, notável gourmet e discretamente mulherengo.

CONSTÂNCIA EUGÊNIA (Nathalia Timberg): 
Esposa de Altair (Paulo Goulart) e mãe de Felipe (Antonio Fagundes). Nasceu rica, em uma família da aristocracia rural de São Paulo, que perdeu dinheiro com a crise do café, no final dos anos 1920. Da família, herdou a pose e a certeza de fazer parte de uma elite com direito a tudo, uma classe dominante a quem o comum dos mortais deve servir. Dominadora, arrogante, arraigada a convenções, foi quem incentivou no filho o culto ao dinheiro. Constância ajuda o filho a esconder da esposa suas infidelidades, consciente de que, com uma separação do casal, Felipe teria dificuldades em manter o nível de vida da família. Tem ótimas relações com a nora, Stella (Gloria Pires).

NANCI (Ana Rosa): 
Carioca, moradora do subúrbio. É uma viúva simpática que se dedicou totalmente a criar a sobrinha e afilhada, Márcia (Malu Mader), e os filhos Umberto (Marcelo Serrado) e Beija-Flor (Ângelo Antônio). Nanci é ingênua, pura, orgulhosa dos deliciosos pratos que faz para os almoços de domingo, muito distanciada do mundo sofisticado em que vive a maior parte dos personagens da novela. Envolve-se bastante nos dramas da afilhada, Márcia, e de seu filho Beija-Flor, jovem candidato a marginal, herói de trama paralela em romance com Taís (Letícia Sabatella).

OLGA (Fernanda Montenegro): 
Mulher charmosa e elegante, capaz de seduzir praticamente qualquer pessoa que dela se aproxime. Brilhante e espirituosa, é a alegria das festas da chamada sociedade carioca, ainda que não seja bem vista pelos mais conservadores. De modo geral, os jovens, mesmo bem-nascidos, gostam de Olga, e os homens também. Entre as senhoras de sociedade, no entanto, só se aproximam de Olga as que têm ideias modernas e cabeças arejadas. Sua grande antagonista é Constância (Nathalia Timberg), um símbolo de conservadorismo.

TAÍS (Letícia Sabatella): 
Filha de Vicente (Cláudio Corrêa e Castro) e Almerinda (Beatriz Lyra), irmã de Gilda (Betty Gofman) e melhor amiga de Márcia (Malu Mader). Largou a escola para trabalhar, mas não consegue se fixar em emprego algum, revoltada com as poucas chances da mulher pobre em uma sociedade capitalista. Ambiciosa, sonha com o mundo dos ricos. Inicia carreira de garota de programa em um inferninho de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Tem grande paixão por Beija-Flor (Ângelo Antônio). Juntos, eles tentam seguir pelo caminho do bem, apesar das dificuldades. Nenhum dos dois tem má índole. Por amor a Beija-Flor, Taís se emprega como doméstica na casa de Olga (Fernanda Montenegro), mas acaba se envolvendo com o milionário William (Antonio Calloni).

BEIJA-FLOR/GUILHERME (Ângelo Antônio): 
Filho de Nanci (Ana Rosa), irmão de Umberto (Marcelo Serrado) e primo de Márcia (Malu Mader). Ambicioso, sonha com uma vida melhor, mas é fraco e preguiçoso. Não tem a força de vontade de seu irmão para vencer na vida. Através do personagem, a novela lança a pergunta: “Como não ser marginal num país com um salário mínimo de 50 dólares por mês?” Para se locomover do subúrbio onde mora ao centro do Rio, pratica o surfe ferroviário: viaja de pé sobre o trem em movimento, arriscando a vida para economizar dinheiro para um maço de cigarros. É frequentemente tentado pelo mundo da marginalidade, especialmente porque Ladislau (Tuca Andrada), um colega da adolescência, faz uma carreira vertiginosa no mundo do crime. Mas o crime não é sua vocação. Apaixona-se por Taís (Letícia Sabatella).

JÚLIO (Daniel Dantas): 
Daniel Dantas e Maria Padilha
Administrador da clínica de cirurgia plástica de Felipe (Antonio Fagundes), espécie de assessor para todos os assuntos. Felipe lhe inspira grande admiração, mas também certo medo. O servilismo de Júlio é disfarçado por uma grande simpatia, pois é uma figura agradável, de quem a maior parte das pessoas tende a gostar. Casado com Karen (Maria Padilha), com quem tem um filho de 11 anos, Marcelo (Leandro Figueiredo), vive no mundo dos ricos sem ter cacife. O equilíbrio financeiro da casa vem do fato de Júlio criar o sobrinho, Paulinho (Jonathan Nogueira).

KAREN (Maria Padilha): 
Esposa de Júlio (Daniel Dantas), mãe de Marcelo (Leandro Figueiredo). Muito ambiciosa, está sempre reclamando que o marido não tem o nível de vida que merece. Cria o sobrinho Paulinho (Jonathan Nogueira), cuja gorda pensão é a principal fonte de renda da casa. Bajuladora, subserviente com os ricos, mau- caráter. Falsa amiga de Stella (Gloria Pires). Dona de uma galeria de arte, ponto de encontro dos personagens da alta sociedade.

MARCELO (Leandro Figueiredo): Filho de Júlio (Daniel Dantas) e Karen (Maria Padilha), primo de Paulinho (Jonathan Nogueira). Antipático, safadinho, inferniza a vida do primo simpático.

RODOLFO (Kadu Moliterno): 
Jornalista, sedutor, rico, louco pela esposa – que morreu precocemente na queda de um pequeno avião pilotado por ele. Jurou nunca mais se envolver com mulher alguma. Seu filho, Paulo (Jonathan Nogueira), é criado pelo tio, Júlio (Daniel Dantas). De olho no dinheiro de Rodolfo, Júlio e sua mulher, Karen (Maria Padilha), convenceram-no de que ele não tinha condições de criar o menino. O jornalista, que inicialmente mora nos Estados Unidos, contribui para o sustento da família do cunhado com uma polpuda pensão. Rodolfo tem tendência à autodestruição, e uma relação difícil com o filho, que se sente rejeitado. A partir de uma forte amizade com Stella (Gloria Pires), ex-colega de faculdade que reencontra nos primeiros capítulos da novela, ele compreende que fixar residência no Rio e assumir a educação do filho são atitudes que podem dar sentido à sua vida.

PAULINHO (Jonathan Nogueira): 
Glória Pires, Kadu Moliterno e
Jonathan Nogueira
Filho de Rodolfo (Kadu Moliterno). Simpático, tem uma bela relação de companheirismo com o pai.






ZORAIDE (Jacqueline Laurence): 
Sócia de Karen (Maria Padilha) na galeria de arte. Simpática, inteligente, elegante, espirituosa, um pouco cínica. Melhor amiga de Olga (Fernanda Montenegro), sua confidente. Toma pileques memoráveis, mas não é alcoólatra. Nasceu na França, de onde veio no início da adolescência, e este fato faz com que alguns pronunciem seu nome em francês.

WILLIAM (Antonio Calloni): 
Extremamente tímido, introspectivo, herdeiro de uma imensa fortuna, entra em cena na segunda parte da narrativa. Seu pai, um milionário amigo de Olga (Fernanda Montenegro), residente ao mesmo tempo no Brasil e em Portugal, morre inesperadamente. Sozinho no mundo, ele tem de optar entre a vida no Brasil ou em Portugal. Seu grande sonho é se casar com uma mulher desinteressada de sua fortuna. Olga põe em seu caminho a jovem Taís (Letícia Sabatella).

ARLINDO (Otávio Müller): Jovem médico, muito tímido, bom profissional, ambicioso. Trabalha na clínica de Felipe (Antonio Fagundes). É traído pelo grande cirurgião e passa um tempo no estrangeiro. Quando volta, reencontra um novo Felipe.

UMBERTO (Marcelo Serrado): 
Filho de Nanci (Ana Rosa), irmão de Beija-Flor (Ângelo Antônio) e primo de Márcia (Malu Mader). Bom rapaz. Apaixonado por música, é pianista, e dá aulas de piano em casa. Tem grandes dificuldades profissionais. Através dele, a novela aborda a difícil situação do músico no Brasil. Durante certa fase, por não conseguir se sustentar como músico, vira garçom, a exemplo de seu tio Darci (Antônio Grassi).

DARCI (Antônio Grassi): 
Irmão de Nanci (Ana Rosa), tio de Beija-Flor (Ângelo Antônio), Umberto (Marcelo Serrado) e Márcia (Malu Mader). Garçom profissional sem grandes ambições, bastante satisfeito com seu trabalho e status. Ajudou a criar os sobrinhos. Tem uma ligação profissional com Olga (Fernanda Montenegro), servindo nas festas realizadas em sua casa.


VICENTE (Cláudio Corrêa e Castro): 
Pai de Taís (Letícia Sabatella) e Gilda (Betty Gofman), marido de Almerinda (Beatriz Lyra), morador da rua do subúrbio onde residem os personagens pobres. Motorista de praça, cheio de problemas financeiros, dirige carro de frota, ganhando bem. Um lutador, boa gente, meigo. Tem tendência a fantasiar um pouco a realidade, dizendo sempre que está tudo bem ou que vai melhorar amanhã. Vicente foi pai um pouco tarde, psicologicamente é quase aquele avô carinhoso que sempre fez vista grossa para os defeitos da filha Taís e suas eventuais falhas de caráter. Mimou-a bem mais do que o necessário, não conseguindo ter qualquer tipo de autoridade sobre ela, nem lhe passar seus princípios morais.

ALMERINDA (Beatriz Lyra):  
Mãe de Taís (Letícia Sabatella) e Gilda (Betty Gofman), esposa de Vicente (Cláudio Corrêa e Castro). Dona de casa de universo muito limitado, adora o marido e as filhas. É passiva em relação às falhas de caráter de Taís.




GILDA (Betty Gofman): 
Letícia Sabatella e Betty Gofman
Irmã de Taís (Letícia Sabatella), filha de Vicente (Cláudio Corrêa e Castro) e Almerinda (Beatriz Lyra). Boa, simpática, sem as pretensões de ascensão social da irmã. Secretária de Júlio (Daniel Dantas) na clínica de cirurgia plástica.





TEREZINHA (Tássia Camargo): 
Betty Gofman e Tássia Camargo
Prima de Taís (Letícia Sabatella) e Gilda (Betty Gofman), se envolve com Júlio (Daniel Dantas). 






WALTER (Tadeu Aguiar): 
Tadeu Aguiar e Malu Mader
Filho de Tabajara (Jece Valadão), irmão de Xará (Jorge Pontual) e noivo de Márcia (Malu Mader). Rapaz antiquado, convenceu a noiva a permanecer virgem até a noite de núpcias. Muito inseguro e ciumento, acha que só casando com uma virgem pode ter a garantia de que jamais será traído. Sério e estudioso, formou-se em informática e, funcionário querido da clínica de cirurgia plástica de Felipe (Antonio Fagundes), cuida de toda a manutenção dos computadores. No início da novela, está de casamento marcado, com casa montada no mesmo subúrbio do núcleo dos pobres. Ingênuo e puro, tem verdadeiro fascínio pelo patrão. Participação especial.

TABAJARA (Jece Valadão):  Pai de Walter (Tadeu Aguiar) e Xará (Jorge Pontual). Recepcionista graduado numa importante revendedora autorizada de automóveis, tem situação financeira estável. Tem um grande orgulho do filho Walter. É em sua casa que vai se realizar a festa de casamento do filho. Participação especial nos primeiros capítulos.

XARÁ/ALFREDO (Jorge Pontual): 
Filho de Tabajara (Jece Valadão), irmão de Walter (Tadeu Aguiar). Nunca foi estudioso como o irmão. Não para em nenhum emprego e, como Beija-Flor (Ângelo Antônio), é tentado pelo mundo da marginalidade. Seu grande sonho é ser motorista de praça, dirigindo seu próprio carro.



LADISLAU /RUSSO (Tuca Andrada): 
Jovem vizinho do núcleo dos pobres, surge na novela como ladrão de carros, tentando atrair Beija-Flor (Ângelo Antônio) e Xará (Jorge Pontual) para o seu grupo. Transforma-se num marginal notório, cuja ascensão a novela acompanha de longe. Participação especial.


CELESTE (Cristina Galvão): 
Irmã de Ladislau (Tuca Andrada). Participação especial.











ESTER (Odete Lara): 
Viúva, dona de uma chácara de plantas em Vargem Grande, perto de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, onde mora com o irmão, Lucas (Hugo Carvana), com quem tem uma bonita ligação afetiva. Precisa fazer uma levíssima cirurgia plástica na clínica de Felipe (Antonio Fagundes) no momento em que ele está tendo terríveis problemas pessoais. Por negligência, Felipe é descuidado em seus exames pré-operatórios, e quase leva Ester à morte. Mais tarde na trama, Márcia (Malu Mader) faz com que Ester denuncie esse erro médico, um dos primeiros passos para a derrocada profissional de Felipe.

LUCAS (Hugo Carvana): 
Marceneiro, irmão de Ester (Odete Lara), com quem se dá muito bem. Extremamente charmoso, bom profissional, ganha muito bem a vida, trabalhando apenas para clientes com quem simpatiza. Não precisa de grandes somas para ser feliz, ao contrário da maior parte dos personagens afundados num mar de futilidade. Gosta muito de música, especialmente clássica. Rejeita totalmente hipocrisia e frescura.

BEATRIZ (Mara Carvalho): 
Mara Carvalho e Stênio Garcia
Ex-amante de Felipe (Antonio Fagundes), por quem Herculano (Stênio Garcia) se interessa. Olga (Fernanda Montenegro) vira a intermediária nessa apresentação.







LILIANE (Alexia Deschamps): Secretária de Felipe (Antonio Fagundes), capaz de resolver qualquer problema. Sabe de toda a vida do cirurgião.

JUDITE (Yaçanã Martins): 
Vizinha do bairro onde moram Márcia (Malu Mader) e Nanci (Ana Rosa).











IRENE (Maria Helena Pader): 
Outra vizinha da Zona Norte.











JUREMA (Fernanda Young): 
Empregada de Stella (Gloria Pires) e Felipe (Antonio Fagundes).








ARACI (Betty Erthal): Empregada da casa de Olga (Fernanda Montenegro), vive reclamando dos seus direitos, mas tem ótimo relacionamento com a patroa.

MARIANA (Betina Vianny): Brasileira, mora no Canadá e cuida do chalé onde Márcia (Malu Mader) se hospeda nos primeiros capítulos da novela.

GERMANO (Rodrigo Mendonça): 
Ângelo Antônio, Tuca Andrada e
Rodrigo Mendonça
Amigo de Beija-Flor (Ângelo Antônio) e Xará (Jorge Pontual).









SUZANA (Cristina Montenegro): Recepcionista da galeria de arte de Karen (Maria Padilha).

WALDIR (Aloísio de Abreu): Motorista de Felipe (Antonio Fagundes).

LAURO (Paulo Rezende): Porteiro do prédio onde moram Stella (Gloria Pires) e Felipe (Antonio Fagundes).

ISMAEL (Jairo Lourenço): 
Ajudante de Lucas (Hugo Carvana) em sua marcenaria.






MARIA ELISA (Ana Rosa Aboim): Empregada de Júlio (Daniel Dantas) e Karen (Maria Padilha).

JACIRA (Cristina Ribeiro): Empregada de Herculano (Stênio Garcia) em Ribeirão Preto.

JOEL (Bileco): Porteiro de Olga (Fernanda Montenegro).


CURIOSIDADES:
A insatisfação com a personagem Márcia se refletiu no seu figurino, idealizado para ressaltar o lado inocente e romântico da personagem. A figurinista Marília Carneiro pensou na heroína da novela usando tênis e vestidinhos de algodão estampados, inspirados na grife inglesa Laura Ashley, mas, devido à rejeição do público, teve de mudar tudo, recorrendo ao básico jeans com camiseta, mais realista.


Malu Mader, Tadeu Aguiar, Jece Valadão e Maria Helena Pader







Uma casa inteiramente cenográfica foi construída para a novela, uma inovação na teledramaturgia brasileira: era a primeira vez que o usual processo de gravar as externas em frente a uma fachada, e as internas, em estúdio, não era usado. A mesma tecnologia utilizada para a construção das cidades cenográficas foi aplicada na montagem da casa,  cenário dos personagens Lucas (Hugo Carvana) e Ester (Odete Lara). 



Hugo Carvana e Odete Lara


Inicialmente, O Dono do Mundo não agradou ao público, e Gilberto Braga teve que se esforçar para tornar a trama de sua protagonista convincente. Segundo a opinião dos telespectadores, uma mulher como a personagem Márcia (Malu Mader), uma jovem com curso superior, moradora do Rio de Janeiro, em plena década de 1990, não se deixaria enganar tão facilmente pelo vilão Felipe Barreto (Antonio Fagundes). Além disso, o público não perdoou a mocinha por ter perdido a virgindade com outro homem, e não com seu marido, em plena lua de mel, o que fez com que os telespectadores não torcessem pela vingança de Márcia contra o cirurgião plástico, o fio condutor da trama. Segundo Gilberto Braga, além de ter uma heroína de que o público não gostava e um vilão que era admirado, ele acha que pesou a mão na crítica social, o que não resultou bem.

O autor Silvio de Abreu foi convidado para ajudar a equipe de O Dono do Mundo na reformulação da trama, modificar o perfil de alguns personagens e dar maior agilidade ao texto. Aos poucos, os autores conseguiram reconquistar o público.











- O público torcia pelo casal Taís e Beija-Flor. Seus intérpretes, os atores Letícia Sabatella e Ângelo Antônio, conheceram-se durante as gravações de O Dono do Mundo e se casaram algum tempo depois. A novela marcou a estreia de ambos na TV Globo.







Na versão internacional de O Dono do Mundo houve uma reformulação na cena em que Márcia (Malu Mader) bate à porta do quarto de Felipe (Antonio Fagundes) e se entrega a ele – atitude criticada pelo público no Brasil. Na nova cena, ouve-se a voz da atriz Malu Mader, e, em seguida, as imagens que aparecem mostram a personagem já na cama com o médico.




- O carisma de Beija-Flor junto ao telespectador foi tão grande que o perfil do personagem foi modificado ao longo da história. Ele deixou de fazer surfe ferroviário e de se envolver com marginais, tornando-se honesto e íntegro. Suas ações inspiraram uma campanha sobre ética promovida pela Associação Brasileira de Marketing.






Antônio Fagundes, Ângelo Antônio e Malu Mader



- O nome Beija-Flor foi uma homenagem ao cantor Cazuza, autor da música-tema do personagem, Codinome Beija-Flor, interpretada por Luiz Melodia. Entre as roupas do figurino do personagem, estava uma camiseta da Sociedade Viva Cazuza.





Felipe Barreto foi citado na novela A Próxima Vítima, de Silvio de Abreu, exibida pela TV Globo em 1995: é ele quem faz uma cirurgia plástica em Isabela, personagem de Claudia Ohana.




OPINIÃO:

O Dono do Mundo foi uma novela interessante. Abordou temas polêmicos e, até então,  "perigosos" para a época, como a ética (Felipe Barreto e Júlio), o direito e a vontade de a mulher ter seu trabalho (Stella e Yara), a ganância exagerada (Karen, Constância e Xará), o machismo (Darci).

Antônio Fagundes e Glória Pires

Mara Carvalho e Antônio Fagundes

Antônio Fagundes e Malu Mader


Daniel |Dantas e Tássia Camargo


Glória Pires e Daniela Perez


Marcelo Serrado e Daniela Perez

Na minha opinião, o público não aceitou a personagem Márcia porque não conseguiu entender a sua essência. Ninguém acreditava que, em plenos anos 90, uma moça ainda se comportasse como ela. Mas sempre existem exceções e esse comportamento - inocente, quase infantil - era fundamental para que a trama e a personagem funcionassem. A partir do momento em que o autor se viu obrigado a alterar a personagem (desde o seu figurino), muitas outras coisas foram alteradas, mudando o curso da história.




A própria Márcia ficou em segundo plano, como uma coadjuvante. Passou a novela toda tramando, ora para se vingar, ora para ajudar (quando acreditou que Felipe estava mudado), ora para revelar o verdadeiro Felipe. Ficou sem graça (repito: na minha opinião).






Por esse motivo, Taís e Stella roubaram a novela toda. Taís era visceral, autêntica e possível. Stella era correta, justa e batalhadora. E, apesar de completamente diferentes, as duas ganharam o público. Cada uma à sua maneira. Os romances com Beija Flor e Rodolfo, respectivamente, também foram bem aceitos, tornando-se histórias importantes e repletas de conteúdos. O drama de Rodolfo por não poder mais ter filhos, as dúvidas de Taís quanto ao rumo de sua vida com Beija Flor... Tudo isso ganhou destaque, deixando que seria o "assunto principal" em segundo plano.









Olga Portela também... Apesar de toda "errada", conquistou o público. Isso aconteceu porque ela, assim como Taís, cheia de defeitos e tortuosidades, era autêntica e possível. Além de divertida! Márcia, na visão geral do telespectador, era muito irreal.





Mas, mesmo com todas as alterações, idas e vindas, O Dono do Mundo foi uma boa novela. Apesar de nada em comum com o que o autor imaginou de início, podemos dizer que, no final das contas, a história seguiu o caminho certo.

Só achei que o desfecho ficou muito esquisito - me refiro ao desfecho individual das histórias. Muitos deles me dão a impressão de terem sido definidos às pressas "porque a novela tinha que acabar".

Por exemplo: O "mistério" do Tio Darci foi tão surreal! O personagem passou a novela inteira quase que como uma "planta", sem muita função. No início, até falou-se de umas tais cartas misteriosas que ele tinha guardado, mas depois o assunto foi "esquecido". Não sei, talvez o rumo dessa trama fosse diferente, mas com as mudanças que a novela sofreu, a coisa despencou para um outro lado e ficou desnecessária (ao que me parece). As tai cartas, num determinado ponto da história, foram roubadas. Esse roubo foi tão nada a ver, que o telespectador nem ligou para o acontecido. Sabe quando uma coisa não faz diferença? Então... Bem, mas depois, ao final, quando tudo foi revelado, a história não encaixava, ficou cheia de "furos". As cartas foram escritas há anos e anos, por uma mulher casada e mais velha, com quem ele se envolveu emocionalmente. Depois, mais para o final da trama, Darci passou a receber ameaças por telefone (o bandido ameaçava de entregá-las ao ex-marido da mulher que as escreveu). Ficou muito estranho um homem daquele tamanho (e com aquela idade) passar a vida frustrado e com medo porque viveu um romance (no passado) com uma mulher comprometida. Quando revelou-se que o drama dele era apenas esse - pensar que havia destruído a vida da mulher que amava, já que ela acabou se separando do marido - o público quase que gargalhou (sim, ficou meio cômico). Outra coisa esquisita foi ninguém considerar a gigante coincidência de o amor da juventude de Darci ser, nada mais nada menos, Ester, a tia de Otávio (ex-namorado de Márcia, que era sobrinha de Darci). Fora isso há outra coisinha: no início da trama, Ester apareceu como VIÚVA! Quando o mistério das cartas foi revelado, o tal marido falecido ressuscitou, pois o homem estava vivo e esse era o grande medo de Darci. Pois é... O desfecho de tudo isso foi tão rápido e fácil, que poderia ter sido resolvido antes. Armou-se um flagrante, onde Darci mentia que pagaria pelas cartas. O bandido, na verdade, Xará, foi preso e pronto. Darci procurou por Ester que, em menos de 10 segundos contou que foi ELA quem quis se separar do marido e, portanto, ele não tinha destruído a vida dela... Ai, ai... Ao final, os dois se abraçaram e fizeram promessas de amizade eterna. Um tantinho ridículo e forçado. Ah! Mas o que mais me revolta nisso tudo - e isso é opinião pessoal minha - foi Xará ter sido preso SÓ poer causa disso! Ninguém ficou sabendo de todas as falcatruas e traições que ele cometeu, aceitando dinheiro de Constância e de Karen para fazer trabalhinhos sujos, além de dedurar e entregar informações importantes sobre vários personagens.

Ok. Mais um desfecho esquisito foi o de Taís. Tudo bem a descompensada virar mocinha no final. Mas achei um tanto quanto exagerado. Para alguém que chegou a se prostituir para ganhar dinheiro, ou mesmo abrir mão do grande amor de uma vida e se casar por interesse, a moça "tomou tento" rápido demais... Aceitou a pobreza de volta rápido demais. Sei lá... Acho muito difícil alguém mudar da água pro vinho de repente.

Outra coisa estranha foi o "grande mistério da novela". Pelo amor de Deus! Mais desnecessário do que o Tio Darci! Um homem, que carregava e abandonava um esqueiro preto a cada ato criminoso que cometia. Foram quatro, ao todo: fitas de vídeo produzidas pelo Beija Flor que foram roubadas da produtora em que ele trabalhava, documentos comprometedores trocados no consultório do Otávio, um incêndio na produtora de Rodolfo e um atentado contra a vida de Herculano. Sem contar o roubo dos dólares da Taís! Ao final, descobre-se que o grande vilão era, na verdade, William, o marido rico de Taís (com quem ela se casou por puro interesse). William tornou-se, de repente, um psicopata, capaz de matar por ciúmes de sua mulher. A explicação dada para tudo foi essa: ele agiu porque cada uma das vítimas, de alguma forma e em algum momento, tiveram um relacionamento ou uma simples conversa com Taís. Espera aí, né? Me pareceu que esse mistério foi criado para gerar curiosidade do público, E gerou, pois chegou-se a pensar que Felipe Barreto poderia ser o culpado. Na verdade, o pior de tudo não foi o mistério, mas o desfecho (sempre o desfecho) desse mistério. A revelação foi mal contada, forçada, fora do lugar. Não convenceu. Mais estranho ainda foi William doar, em vida, quase tudo o que tinha (e era muito) para os pais da Taís, que passaram a viver como milionários, enquanto a filha, penava à procura de qualquer empreguinho para se sustentar. Calma lá!

Denis Carvalho aparecer como pretendente à Márcia também foi meio fiasco... Mas tudo bem.. Como a protagonista poderia terminar sozinha, né?

Mas esperem! O pior... Pior de tudo MESMO (de novo, na minha opinião), foi Felipe e Júlio (o escroto do Júlio) terminarem bem, enquanto Constância e Karen se lascaram. Felipe, que após conseguir sua licença de médico de volta, mostra ser mesmo um grande cafajeste, termina casado com uma menininha, filha de um homem muito rico (com a ajuda de Constância). Júlio, pendura no saco de Felipe, se separa de Karen, se aboleta com Terezinha e fica numa nice. Enquanto isso, Constância é obrigada a deixar o big apartamento onde morava, pois não tem como se sustentar... E Karen sofre uma acidente horrível e, não tendo mais ninguém no mundo, fica sob os cuidados de uma velhinha, tia de Aracy (empregada da Olga), num barraco pobre. Tudo bem, acho justo que as duas terminassem mal... Mas por que Felipe e Júlio (principalmente Júlio) ficam bem? Não achei a menor graça. Até fazer o Felipe terminar como começou, tudo bem... Mostra o belo filho de uma que ronca e fuça que ele é. Mas o Júlio??? Esse tinha que se ferrar em verde e amarelo! Um puxa saco, omisso, inútil, que passou a novela toda babando ovo e dando força às atrocidades de Felipe... Esse tinha que acabar mal. Só acho...

Ufa!

Mas... Nem só de pontos frágeis e negativos se fez a novela. É preciso destacar aquilo que ela trouxe de melhor. Como, por exemplo, o elenco... Fernanda Montenegro, Nathália Timberg, Glória Pires, Antônio Fagundes, Paulo Goulart, Ana Rosa.. Só esses nomes já dizem um pouco...Assistir à brilhante atuação dessa turma faz a gente deixar um monte de tropeços pra lá.

A história de Yara e Humberto foi muito boa. Mostrar um casal jovem, lutando para trabalhar naquilo que gostam e tendo que optar entre a profissão e o amor que sentem um pelo outro. Achei fantástico!

O mesmo digo sobre as escolhas de Stella, quando ela decide voltar a trabalhar, a terminar o casamento com Felipe, assumir Rodolfo e depois criar a filha sozinha. Essa personagem foi muito forte e envolvente.

A relação de Taís e Beija Flor também é um ponto a se destacar. Até porque os atores acabaram se envolvendo na vida real, Letícia Sabatella e Ângelo Antônio viveram um casamento de 12 anos a partir de O Dono do Mundo.

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