segunda-feira, 23 de abril de 2012

A ELEGÂNCIA DO COMPORTAMENTO

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por que esteja cada vez mais rara: a
elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que
abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se
manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que
criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca,
das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a
frentistas, por exemplo. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem
prazer em humilhar os outros. É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora
das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à
secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante. É elegante não ficar espaçoso
demais. É elegante você fazer algo por alguém, e este alguém jamais saber o que você teve que
se arrebentar para o fazer... porém, é elegante reconhecer o esforço, a amizade e as
qualidades dos outros.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro. É muito elegante não falar de
dinheiro em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade. É elegante o
silêncio, diante de uma rejeição...

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que
ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo,a estar nele de uma forma não arrogante. É
elegante a gentileza. Atitudes gentis falam mais que mil imagens... Abrir a porta para alguém é
muito elegante... Dar o lugar para alguém sentar... é muito elegante... Sorrir, sempre é muito
elegante e faz um bem danado para a alma... Oferecer ajuda... é muito elegante... Olhar nos
olhos, ao conversar é essencialmente elegante...

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é
improdutivo. A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status
social: Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os desafetos é que não irão
desfrutá-la.

Adaptação de texto extraído do Livro: EDUCAÇÃO ENFERRUJA POR FALTA DE USO,
Henri Toulosse Lautrec (1864-1901) - pintor francês


Recebi este texto, hoje, por e-mail, de uma pessoa MUITO QUERIDA: Rosana Eleutério.

Um comentário:

  1. adendo: querida não sei exatamente se foi escrito por Lautrec, mas achei que valia a pena dividir com amigos queridos :) bj no coração RÔ

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