quinta-feira, 8 de março de 2012

OS QUATRO CANTOS DA LUA




"Mulher é quase sempre lua

aquela beleza intocada,
enrustida, invertida,
clareando quando passa

mesmo vestida está nua.

Mulher é quarto de lua

luzindo cores no ato

simples, corriqueiro,

de pentear o cabelo

como se fossem seus raios.

Mulher as vezes crescente

deixa os que a cercam dementes,

dependentes, inseguros,

as vezes mingua e sai fora

queixos caídos no chão

onde ela pisa pesado

com a ponta do seu sapato

em surpreso coração.

As vezes nova atiça

porque novidade espicaça

os sentidos... Dá cobiça...

Mas quando ela fica cheia,

aí é que fica bonita

pega o raio do cabelo

joga por trás do ouvido

desprende o laço de fita

e nesse gesto estudado

perfuma o ar inteiro

deixa o rastro do seu cheiro

desce em muitos luares

redonda, clara, brilhante

Só faz exibir seus encantos,

nunca vai ser tua presa,

submissa, doce amante...

Escapa, volta pra toca

lá do outro lado do mundo

e continua brilhando

nos quatros cantos da rua!"

(Elza Fraga)


Homenagem ao dia de hoje, 08 de março, o Dia Internacional da Mulher, postada no Facebook por uma amiga (ainda virtual, pois não a conheço pessoalmente): Vanessa Svhiavone). Acho que foi a melhor definição que eu já vi ou li a respeito de nós, seres tão complexos e, ao mesmo tempo, tão simples!

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