quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

RECORDO AINDA




"Recordo ainda... e nada mais me importa...

Aqueles dias de uma luz tão mansa

Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...



Mas veio um vento de Desesperança

Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...



Estrada afora após segui... Mas, aí,

Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:



Eu quero os meus brinquedos novamente!

Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!"

(Mário Quinatana)

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